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História da Igreja de S.Francisco

 

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A Igreja de S. Francisco fica situada no Porto, na Rua da Alfândega . É o principal templo em estilo gótico da cidade do Porto sendo, ao mesmo tempo, uma das mais importantes obras do Barroco, pelo seu revestimento em talha dourada dos séculos XVII e XVIII. Mais parece, quando lá entramos, uma gruta de ouro.

As obras para a construção do convento de S.Francisco começaram em 1233. Um cidadão do Porto de nome desconhecido, ofereceu aos frades franciscanos um terreno que possuía no lugar da Redondela. Era então um sítio desabitado, quase deserto que se estendia pela encosta de uma colina chamada do Belo Monte, devido às lindas vistas que dali se podiam apreciar.Os frades aceitaram a oferta e deram início à obra, não sabendo os trabalhos em que se estavam a meter! O Bispo do Porto que se chamava D.Pedro Salvadores opôs-se por todos os meios à sua construção. O Bispo argumentava que tinha direitos sobre aquelas terras e que os frades não lhe haviam pedido autorização para erguerem o convento. A questão prendia-se com os limites do couto doado por D. Teresa ao bispo D.Hugo. Os frades diziam que o limite do couto era um rio situado onde actualmente passa a Rua Mouzinho da Silveira; pelo contrário o Bispo dizia que o limite era um canal que passava em Miragaia. A luta arrastou-se por longos anos e revestiu-se, em certas alturas, de aspectos violentos com agressões, perseguições e até sequestros. A paz só chegou com a intervenção do Papa Inocêncio IV, que mandou ao Porto o Arcebispo de Compostela para que «apaziguasse os irmãos desavindos».

A igreja do mosteiro só começou a ser levantada bastante mais tarde. A primeira pedra foi lançada em 1383 e as obras só acabaram em 1410. Ao longo dos anos, tanto o mosteiro como a igreja foram objectos de várias reconstruções e modificações. Um dos grandes protectores dos Franciscanos foi o rei D João I. Quando veio ao Porto para casar nesta cidade com D. Filipa de Lencastre deu provas da grande estima que tinha pelos Franciscanos, hospedando-se no seu mosteiro. Durante os sécs.XV e XVI,algumas famílias nobres do Porto, os Sás, os Brandões Pereira, os Sousas e os Carneiros, elegeram este templo para seu panteão e ali têm os seus túmulos.

Foi durante os séculos XVII e XVIII que esta igreja foi totalmente revestida de talha dourada , tendo-se tornado numa das jóias da cidade do Porto

Durante o Cerco do Porto, em 1833, um incêndio, provocado pelo tiroteio miguelista vindo de Vila Nova de Gaia destruiu o antigo claustro, parte da igreja e principalmente o portal, o qual foi substituído pelo que hoje existe, em estilo barroco. Da primeira fachada subsiste a rosácea . Os frades que habitavam o convento fugiram. Terminada a Guerra Civil o mosteiro foi digamos assim, privatizado.

No sítio onde ficava o convento e os claustros viria a ser construída a sede da Associação Comercial e do Tribunal do Comércio. A igreja, votada também ao abandono, acabou por ser transformada «em armazém da Alfândega». Posteriormente surge um plano urbanístico que previa a abertura de uma rua, cortada a direito, que ligasse o Largo de S. Domingos ao Rio Douro. Apareceu um só problema: a meio do traçado da rua surgia a Igreja de S. Francisco. Espantosamente veio a seguinte ordem: corta-se a capela –mor!!! Organizou-se um grande movimento de contestação que teve como resultado a intervenção da Rainha D. Maria II(1834-1853) que mandou suspender imediatamente a ordem de destruição da Capela Mor e mandou que a Alfândega fosse despejada da Igreja. A Igreja passou para as mãos da Ordem Terceira de S. Francisco estando classificada como monumento nacional

A TALHA DOURADA

O que chama mais a atenção quando entramos na Igreja de S. Francisco é que parece, como já dissemos, que estamos a entrar numa gruta dourada. Isto acontece porque a igreja está revestida de talha dourada

E o que é a talha dourada?

Podemos dizer que é uma escultura feita em madeira (principalmente carvalho e castanho) que depois é recoberta por uma fina película de ouro.

Já existia no tempo dos Egípcios e Gregos e também podemos encontrá-la em templos budista e confuncionistas assim como em mesquitas muçulmanas.

Na Europa desenvolveu-se principalmente durante o Barroco nos séculos XVII e XVIII.

Em Portugal a talha dourada é , como o azulejo, um verdadeiro fenómeno nacional tendo atingido a sua maior importância entre 1690 e 1790. Uma explicação para o grande desenvolvimento da talha dourada em Portugal pode ser a grande quantidade de ouro que nos chegava do Brasil durante o reinado de D. João V.

Era simples fazer uma obra em talha dourada?

Claro que não , pois era preciso que nela trabalhassem vários artífices, desde o escultor e o entalhador até ao dourador. Todos cumpriam as ordens do Mestre que era a pessoa responsável perante o cliente : tinha que seguir rigorosamente um contrato que tinha sido na maior parte das vezes assinado no notário. Por exemplo, o retábulo da Árvore de Jessé foi realizada pelos mestres entalhadores Filipe da Silva e António Gomes por contrato de 1718. As esculturas são do Mestre Manuel Carneiro Adão. Outro exemplo é o retábulo de Nossa Senhora da Rosa que foi desenhado pelo arquitecto Francisco Couto e Azevedo e realizado pelo mestre Manuel da Costa Andrade, por contrato de 24/4/1743

O Porto foi um dos mais importantes centros de produção de talha dourada de Portugal sendo a Igreja de S. Francisco e a Igreja de Sta Clara os seus mais preciosos exemplos.

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Bibliografia:

bulletGermano Silva : À Descoberta do Porto
bullethttp://www.portoxxi.com/monum.htm
bulletwww.portoxxi.com/monum.htm
bulletGuia da Igreja de S.Francisco
bulletEnciclopédia Luso- Brasileira
bulletProspecto da Câmara Municipal do Porto : "A talha dourada"

 

Trabalho realizado pelos alunos do 6º E:

José Maria Salinas Nº15

Mafalda Sousa Guedes Nº 19

Maria Branco Nº 20

bulletNota da autora da página : Pedimos desculpa aos autores deste trabalho pela escolha que foi necessário fazer das gravuras apresentadas, bem como pela baixa resolução de algumas, mas foi preciso fazer opções para não tornar a página muito lenta.

 

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© Isabel Malho

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Última modificação em 28-12-2005

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